quinta-feira, 12 de julho de 2012

JUSTIÇA DIZ QUE HAVELANGE E TEXEIRA RECEBERAM PROPINA


Genebra (AE) - João Havelange e Ricardo Teixeira receberam subornos no valor de pelo menos R$ 45 milhões, em um escândalo de pagamentos de propinas que escancara 30 anos de um sistema de corrupção montado na Fifa. Para a Justiça suíça, os brasileiros cometeram "enriquecimento ilícito", causaram prejuízo para a entidade e colocaram seus interesses pessoais acima dos interesses do futebol. Para os advogados da Fifa que tentavam justificar a ação dos cartolas perante os juízes, subornos fazem parte da renda da "maioria da população" na América do Sul. A ação promete ter amplas repercussões: João Havelange pode deixar de ser presidente de honra da Fifa e as informações poderão ser usadas no Brasil para um eventual caso contra Ricardo Teixeira. A declaração dos advogados insinuando que sul-americanos são em geral corruptos também promete causar mal-estar entre a Fifa e o governo.

A informação faz parte de documentos oficiais da Justiça suíça que apontam para pagamentos de comissões no valor de US$ 122,5 milhões por parte da empresa de marketing ISL a cartolas pelo mundo. A Justiça também acusou a Fifa de "omissão" ao não controlar o fluxo de subornos e de saber que os cartolas recebiam propinas. Em um dos pagamentos de US$ 1 milhão a Havelange, o dinheiro foi erroneamente depositado em uma conta da Fifa. A publicação do documento ocorreu depois que o Tribunal
Federal da Suíça entendeu que o assunto era de "interesse público". O documento de 42 páginas mapeia um esquema de corrupção que tomou conta da Fifa. Tudo começou quando o Tribunal de Zug decidiu investigar a quebra da empresa de marketing da Fifa, a ISL. O que descobriu foi uma ampla rede de subornos. Em 2010, porém, o caso foi encerrado depois de um acordo entre os cartolas e o procurador suíço, envolvendo a devolução de milhões de US$ 2,5 milhões dólares pelos envolvidos à Fifa.
Fonte: Tribuna do Norte

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